Petróleo de Angola
sustentou Santos no poder e corrupção, em vez de combater pobreza – Financial
Times
Os
jornalistas Andrew England e Javier Blas afirmam que Angola é hoje exemplo
de um país a debater-se com a “maldição dos recursos”. “Em vez de criar prosperidade
universal, o petróleo ajudou a sustentar o segundo presidente há mais tempo no
poder em África e alimentou a corrupção, que mina o desenvolvimento económico”.
O jornal
refere ainda as “abundantes alegações de corrupção e favorecimento que enriqueceram
elementos da elite angolana, incluindo membros da família dos Santos”. A sua
filha Isabel dos Santos, realça, é a mulher mais rica do país.
O filho
José Filomeno dos Santos, que aos 36 anos gere o fundo soberano de 5 mil
milhões de dólares do país, afirma ao jornal que é preciso “paciência”, para
que a mudança para melhores condições de vida seja “gradual”, um “processo de
aprendizagem onde se fazem experiências”.
As
críticas à corrupção estão por detrás dos protestos que abalaram Luanda desde
2011, e que se vêm repetindo regularmente, mais recentemente no passado dia 27
de maio. Os manifestantes exigem também melhores condições de vida, perante o
visível enriquecimento das elites do país.
O
crescimento económico tem acelerado, acima de 10 por cento ao ano na última
década. O sector petrolífero demonstra entusiasmo com os trabalhos em curso no
pré-sal, no off-shore da bacia do Kwanza, onde têm sido feitas descobertas de
petróleo. A esperança é que estas tenham as dimensões das encontradas do outro
lado do Atlântico, no Brasil.
A
questão em aberto é se a descoberta de mais reservas petrolíferas vai ajudar os
20 milhões de angolanos, até porque a história recente não o comprova. “Os
petrodólares impulsionaram o crescimento económico, mas muita da riqueza continua
concentrada num círculo reduzido de plutocratas”. E mais de três quartos da
população do país continua na pobreza
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