Portugal é um país empobrecido, deprimido, desmotivado e humilhado.
Um país de futuro incerto, um país depauperado.
Dizem os entendidos que a culpa vem daqui, dali ou de acolá…...
Poderá ser; contudo, aquilo que me parece é que o sistema está completamente minado e apodrecido, tomado e dividido pelas várias seitas e confrarias que se vão sucedendo e pontificando, sangrando a presa até à exaustão, fingindo que nos vão governando.
Já foi proclamado o fim da História, o fim da Arte, o fim das Ideologias.
Parece que agora estamos no fim de um modelo político senão mesmo civilizacional.
A desconfiança dos cidadãos em relação à classe política e ao modelo de representação parlamentar, não é de hoje.
Reportemo-nos a Eça de Queiroz (por exemplo) que o zurzia quanto podia, fosse sob a forma de epístola, romance ou crónica. Também Camilo o satirizou em “A queda de um anjo”, onde evidencia as malhas que o poder tece ou como o poder corrompe. Muitos outros o fizeram (também) antes e depois.
“A eleição nunca traduz a vontade dos cidadãos; os deputados, em todas as circunstâncias, procedem a seu bel-prazer individual e só se prendem com o medo que os rivais lhes inspiram e nunca com as considerações devidas aos seus eleitores. Os ministros governam o país e o parlamento e, em vez de se subordinarem a estes, recebendo a orientação que devem imprimir aos seus actos, vão, pelo contrário, impor a sua vontade ao parlamento e à nação.”*
A corja está ufana, a corja canta vitória. O país está a recuperar…
Como e à custa do quê e de quem?
Que país emergirá depois deste cataclismo?
Não terá nome aquilo que disto sobrar…
E que “o bom povo português” que de uma forma alheada e ensimesmada vai aguentando todas as ofensas e humilhações, senão o fizer de outra maneira, pelo menos que se manifeste nas próximas eleições.
São tempos de regressão aqueles que vivemos.
Não é apenas um problema de Portugal, é uma questão civilizacional.
"Passam os anos e Portugal fenece, cada vez mais, por via da acção de uma elite política corrupta, interesseira, “tachista”, oportunista e claramente criminosa, que vive num pântano de impunidades, cumplicidades, traições e intrigas. De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto "
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