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domingo, 19 de abril de 2009

ELE LEVANTA-SE DA CAMA TARDE...



TRANSCRIÇÃO DE UM ARTIGO DE OPINIÃO DE UMA ILUSTRE JORNALISTA, CLARA FERREIRA ALVES, DO JORNAL EXPRESSO

Pelo seu interesse e veracidade, entendi que deveria colocar este artigo no meu "BLOG".


"Ele levanta-se da cama tarde. Diz que tem insónia e não consegue adormecer antes do amanhecer, quando fecha as janelas à primeira luz do sol que penetra através das persianas em raios de poeira doirada. Uns dizem que é preguiça, que não se levanta cedo porque se acomodou. Na verdade, a manhã parece-lhe insuportável porque não há nada para fazer nem de manhã, nem de tarde, nem de noite. Desde que está desempregado pratica uma gestão rigorosa do tempo livre porque o tempo livre é demasiado e não sabe como ocupá-lo.
Existe o problema dos comprimidos que lhe tiram o sono, os antidepressivos que lhe fazem companhia desde que está desempregado. Tentou livrar-se dos comprimidos, mas sem um emprego e um motivo sólido para começar o dia cedo, pisando a manhã como os que têm um emprego e as certezas de um emprego e um salário, foi-se deixando arrastar pelo horário da insónia e do despertar tardio. Que é o horário do desalento. No princípio do desemprego revoltava-se, andava de um lado para o outro de carro, fazia telefonemas a torto e a direito - sabes de alguma coisa? - bebia bicas em pastelarias com os jornais diários do dia, à cata dos anúncios, arquitectava projectos atrás de projectos, vou fazer isto, vou fazer aquilo, tive uma ideia para isto e outra para aquilo, conheces alguém que, etc., punha esquemas em papéis, hipóteses no ar e desenhava uma vida cheia de promessas e colaborações. Alguém viria a precisar dele.
Foram aparecendo uns biscates que o desencravavam. Com a passagem do tempo os biscates foram ficando escassos até desaparecerem. Com a crise, não há biscates, nem hipóteses, nem projectos. Resta de toda essa actividade um vago enunciado de mais um projecto falhado que, eventualmente, arranjaria financiamento... etc. Nem ele mesmo já acredita nestas arquitecturas. Com um meio sorriso diz que tem que manter a cabeça com alguma coisa dentro para não dar em estúpido. Na verdade, sabe que ninguém contrata um homem da idade dele. Mais de 50 anos no mercado de trabalho é o equivalente à morte. Candidata-se a várias coisas para as quais se sente qualificado e nem lhe chegam a responder.
Com a crise, candidata-se a coisas que nunca lhe passariam antes pela cabeça. Coisas abaixo do que julga ser a sua qualificação e o seu estatuto... guiar táxis? Criado de mesa? Jardineiro? Cozinheiro? A idade não perdoa.
Devem-lhe uns trocos de um trabalho antigo que não espera receber. Foi mudando de casa, vendendo as coisas boas que tinha. O carro já se foi, comprou-lhe tempo. Até aparecer alguma coisa, um emprego, um empenho, uma magia que o livre da indigência. Os amigos foram emprestando dinheiro e de cada vez emprestam menos e desesperam mais. Alguns acusam-no de se deixar ir. Deixar-se ir é a única coisa que pode fazer. O desemprego é como um rio lento e tranquilo que arrasta tudo na passagem, detritos, margens, chuvas, aluviões. Tudo o que constitui a identidade social de uma pessoa está, no mundo em que vivemos, ligado ao seu lugar no mercado de trabalho. Quem não tem trabalho é um pária, quem não tem trabalho há algum tempo é um apátrida. Quem não tem trabalho há muito tempo é um vagabundo.
Ele pensava que controlava o mercado do trabalho temporário, habituara-se a viver na precariedade e na incerteza. No pavor da conta por pagar, das cobranças dos impostos. Da chegada do correio. E durante uns tempos aguentou-se sem problemas, aparecia sempre qualquer coisa que o salvava à beira do abismo. Movimentava-se com elegância neste universo de faz de conta, não se queixava, quase consolava os amigos que lhe diziam tens de arranjar qualquer coisa, tens de arranjar qualquer coisa. Ninguém dizia o quê. Nem como. Com o tempo os amigos deixaram de acreditar e compraram-lhe o que puderam para o ajudar. No tempo em que se revoltava recusava-se a ficar em casa a olhar para as paredes e corria a cidade em pequenas tarefas mobilizadoras que não lhe rendiam um tostão e lhe davam a ilusão de uma rotina. Depois vieram os comprimidos, para acalmar, para tapar a angústia.
E agora, pacificado, resignado, deixa-se ficar a olhar para as paredes, concebe um projecto ou outro, vago, vago, e abomina a manhã e o movimento. Como não tem carro, desloca-se pouco. Bate a cidade como um estrangeiro dentro dela e volta para casa. Ninguém acredita que vá arranjar qualquer coisa e ele também deixou de acreditar. O desemprego colou-se à pele. Lembro-me de o ver trabalhar, muito. Como tantos outros, desistiu."

sábado, 18 de abril de 2009

SIGILO BANCÁRIO E ENRIQUECIMENTO ILÍCITO



ALGUNS COMENTÁRIOS EM RELAÇÃO AO LEVANTAMENTO DO SIGILO BANCÁRIO


(AM(Lx), 1 ponto , ontem às 12:45)
O facto de o fisco levar os tais 60% não invalida que, em sede de processo-crime, o Estado acabe por confiscar os restantes 40%...
Isto não tem nada a ver com "legalização" de crimes, tem a ver com o velho problema da prova: é bom não esquecer que quando o Estado acusa alguém de um crime terá que prová-lo! E, como muito bem deve saber, aí as coisas "piam fino"...
Do ponto de vista fiscal é irrelevante a origem do dinheiro, se alguém aumenta o seu património, deverá pagar o imposto devido. A ausência de justificação para esse aumento patrimonial penaliza o contribuinte. Ponto final. A investigação criminal não é do foro do fisco embora este tenha o dever de comunicar às autoridades competentes os indícios de crime que venha a conhecer na sua área de actuação.
Quem ganhou honestamente não tem que se preocupar desde que tenha o cuidado de preservar as provas desses ganhos - quem não deve não teme! No que me diz respeito não tenho objecções a que o fisco aceda às minhas contas bancárias... quem tiver, que se cuide!...





(G.R.I.N.G.O., 1 ponto , ontem às 14:46)
A sua explicação foi muito clara. Contudo, fico na dúvida se o FISCO, depois de cobrar os seus 60%, cumprirá com a LEI e denunciará a origem de dinheiro sujo. E também duvido que, mesmo que o FISCO denuncie a origem criminal desse dinheiro, a nossa justiça, que não funciona ou melhor dizendo, funciona para o lado do prevaricador, alguma vez meta atrás das grades esses ladrões de colarinho branco.
E além disso, temos a problemática dos OFFSHORES, que se não forem extintos, a corrupção, o branqueamento de dinheiros e outras roubalheiras, nunca serão detectados.
Portanto, o sigilo bancário e a extinção de OFFSHORES, a nível mundial, é que poderá minimizar este descalabro. E digo minimizar porque há sempre alternativas onde pôr o dinheiro, por exemplo: subterrâneos com blindagem a ferro e fogo ou talvez debaixo do colchão, mas aí é muito arriscado porque a casa pode arder, ou então ser roubada. Mas também se fosse roubada, seria como diz o ditado: ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão...
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

Meus Caros Ex-Retornados,

Para todos aqueles que desconhecem quais foram os verdadeiros objectivos da "Revolução dos Cravos", em que milhares de portugueses ficaram encravados, aqui está uma prova irrefutável dos objectivos dos militares que fizeram a revolução dos cravos e que hoje estão reformados com patentes de Generais,Almirantes,etc. e com reformas a peso de ouro.

É necessária outra revolução, mas desta vez sanguinária, para limpar da face da terra estes vermes que puseram na miséria milhares de portugueses que combateram pela pátria e acreditaram nos políticos dessa época.

Para lerem esta carta, cliquem duas vezes no rato




 
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

LEVANTAMENTO SIGILO BANCÁRIO E COMBATE AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO





Já há muitos anos que venho ouvindo e lendo opiniões sobre o combate ao enriquecimento ilícito e levantamento do sigilo bancário.

Tudo indica que algo se vai fazer antes do fim desta legislatura. Ainda hoje li que, finalmente, o governo vai tomar medidas nesta matéria. O problema é que, sempre que a cor do governo muda, volta tudo à estaca zero, ou seja: revoga-se leis que o governo anterior fez e o novo governo cria outras que são opostas às anteriores. E não passamos disto.

Damos um passo para a frente em quatros anos e depois damos um passo para trás nos quatro anos seguintes. E isto é feito desde que a pseudo-democracia nasceu em 25 de Abril de 1974. Os partidos de poder trocam-se no parlamento e fazem arranjos de "JOBS FOR THE BOYS". Tantos para o PSD e outros tantos para o PS. Depois temos os outros partidos que tentam partir a loiça toda mas que, no fundo, também têm os seus assentos (tachos) na Assembleia para defender.

O enriquecimento ilícito em Portugal é uma prática generalizada e tem sido apoiada pelas facções políticas. E só agora, com toda esta recessão mundial e escândalos de FREEPORT, etc., é que se vai tentar fazer alguma coisa mas, tenho as minhas dúvidas. A ver vamos. É que já há por aí alguns políticos e seus acólitos a coçar o "rabo" com medo de mais escândalos.

A magistrada Maria Morgado foi peremptória: " Os políticos vão para o governo e passados alguns anos viram milionários. Os "Media" não deram grande relevo a este desabafo desta corajosa magistrada. É pena.

Salvo raras excepções, a origem da riqueza em Portugal é proveniente de malabarismos e de espertezas, com a conivência das autoridades corruptas. Os impostos são pagos por aqueles que pouco ou nada ganham e são eles que sustentam a máquina estatal. Os ricos, comparativamente, vão dando umas migalhas para inglês ver.

As nossas autoridades queixam-se da fuga aos impostos por um lado, mas por outro são coniventes para que isso aconteça. Também levam a sua parte de "LUVAS".

A tentativa de fuga aos impostos é generalizada e , até o mais pequenino, tenta fugir. Eu vejo dois factores para que esta tendência seja generalizada:

1º - Os nossos impostos são para engordar as contas bancárias dos governantes e seus acólitos. Não se consegue vislumbrar aonde os nossos impostos são aplicados;
2º - A mentalidade portuguesa não está educada para pagar impostos. E a razão disso será talvez por que os impostos são desviados para outros fins que não os devidos.

E, para terminar, confesso que não tenho nenhuma sugestão a dar para acabar com esta podridão.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

POMPA E CIRCUNSTÂNCIA





Já tenho muitos anos de vida, graças a DEUS, e desde que me conheço que sempre vivi revoltado com o sistema cleptomaníaco que o país chamado PORTUGAL sempre teve. Na época SALAZARISTA a maioria do povo português vivia abaixo do limiar da pobreza. Em parte devido a uma guerra mundial (2ª) que destruiu toda a Europa e teve que ser reconstruida. Levou alguns anos a sair dos destroços mas o homem, mais uma vez, conseguiu ultrapassar as dificuldades.

Em Portugal, devido ao sistema político/religioso, o povo português, governado por políticos e religiosos gananciosos e corruptos, foi mantido iletrado e ignorante para que, assim, mais facilmente, pudessem impingir as suas doutrinas.

Veio a guerra colonial e lá foi uma geração nascida no antes e após " guerra mundial " para África combater uma causa que os políticos de então achavam justa e patriótica. Essa guerra colonial durou 13 anos - 1961-1974. Muitos militares foram mortos, outros mutilados fisicamente e outros mutilados psicologicamente. Os militares profissionais protegiam-se o mais possível. A maioria deles ficava sempre nas cidades, livres de ataques " Terroristas" e os milicianos é que sofriam na carne e nos ossos os horrores desta guerra de guerrilha inglória que apenas sacrificou toda uma geração que hoje é maltratada pelos políticos da nova democracia (???).

Volvidos 35 anos após o termo desta guerra colonial, os ex-combatentes não têm nenhum tratamento condigno do seu esforço e da perda da sua juventude durante 3 a 4 anos de permanência nas fileiras do exército português. Os políticos do após 25 de Abril de 1974, consideram-os hoje uma espécie de "carne para canhão". Qualquer coisa asquerosa a eliminar. Muitos ex-combatentes já morreram e todos os outros que ainda estão vivos também irão. E quando todos desaparecerem então estes políticos da nova democracia (???) respirarão mais à-vontade.

A moral da história é que ser patriota não leva a lado nenhum. Pelo contrário, corre-se o risco, quando a maré muda, de ser apelidado de assassino por se envolver numa guerra para onde foi mandado em nome da pátria.

Se o tempo pudesse andar para trás, até aos meus 20 anos, sabendo o que sei hoje, dizia ao Salazar: " Olha vai tu para a guerra que eu fico por cá a contar os mortos e a beber uns uisques ".

Veio 0 25 de Abril de 1974 e o resultado está à vista: mudaram as moscas mas a merda é a mesma, com uma agravante: é que esta merda já entrou em estado de putrefacção e já não se aguenta mais o cheiro. Temos que fazer alguma coisa.

São cada vez mais os escândalos de corrupção e comportamentos sociais na máquina do Estado: Pedofilia na Casa Pia; Freeport; Pressão sobre os Magistrados; Cursos de Engenharia via fax; Uso e abuso dos dinheiros públicos nas Câmaras e Juntas de Freguesia, etc.,etc..

A criminalidade aumenta assustadoramente e as pessoas já não se sentem seguras. Até quando andam na rua já pedem a Deus para que só lhes roubem a "malinha" e as deixem com vida. A onde chegamos ???!!! Para onde vamos???!!!. 90% desta criminalidade é importada. Cada vez entram mais imigrantes iletrados que nem um parafuso sabem apertar e cujo objectivo é apenas roubar, matar, traficar droga, etc.. As nossas autoridades deixam-nos andar por aí, ilegais, completamente à-vontade. Quando são apanhados em flagrante delito, a justiça manda-os em liberdade para no dia seguinte voltarem à sua actividade de marginais.

Não há dúvida nenhuma que os governos deste planeta não passam de uma família mafiosa, em que todos os seus membros são protegidos mesmo quando são afastados do seu cargo por incompetência, corrupção, desonestidade, etc.. A manifestação em Londres provou que o povo não está com os olhos fechados e que estas barbaridades têm que acabar, caso contrário uma revolução social surgirá num abrir e fechar de olhos com as consequências que todos nós adivinhamos. Fazem-se cimeiras para a família se reunir toda com banquetes, copos de vinho, tapetes encarnados, guarda-costas, limosinas, aviões com helicópteros, médicos, cirurgiões, sangue para no caso do Snr. Presidente precisar de uma transfusão, etc. etc.. Quanto custa este espectáculo ao contribuinte ? Uma fortuna. Andamos a trabalhar todos para esta família de mafiosos se pavonear por esse mundo fora com " pompa e circunstância". Trabalhamos uma vida inteira para comer a côdea de pão que o diabo amassou e no fim dão-nos uma reforma que nem para os medicamentos dá e esta bandidagem ao fim de meia dúzia de anos de " pompa e circunstância" tem uma reforma a peso de ouro, ganhando mais que um gestor no activo.